Depois de apresentados os termos da candidatura ao Governo (na pessoa do primeiro ministro, José Sócrates, e da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas) e ao Corpo Diplomático, foi a vez de uma delegação municipal se encontrar com esse propósito perante o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, e os representantes de todos os grupos parlamentares, na convicção de que estas candidatura do fado, mais do que lisboeta, será uma candidatura nacional.
A delegação municipal que se dirigiu à Assembleia da República, na manhã do dia 17 de Junho, era composta pelos presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal, respectivamente, António Costa e Simonetta Luz Afonso, pelos vereadores Catarina Vaz Pinto, João Navega e António Carlos Monteiro, pelo presidente da EGEAC, Miguel Honrado, pela responsável pelo Museu do Fado, Sara Pereira, pelo comissário científico da candidatura, Rui Vieira Nery, e pelo fadista Camané (que, juntamente com Mariza, é um dos embaixadores da candidatura). Foram recebidos pelo presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, e por representantes de todos os grupos parlamentares.
O encontro destinou-se a apresentar o processo de candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade, que será entregue à Comissão Nacional da UNESCO, em Agosto, e a sensibilizar os diversos órgãos de soberania para a importância nacional da candidatura, cujos resultados só deverão ser conhecidos a partir de meados do próximo ano.
Em declarações no final do encontro, António Costa manifestou-se agradado com o “acolhimento entusiástico” reservado à delegação da candidatura por Jaime gama e pelos deputados. Segundo o autarca, a candidatura foi bem exposta na reunião por Sara Pereira e bem fundamentada cientificamente pelo investigador e musicólogo Rui Vieira Nery, devendo agora ser presente a todos os grupos políticos representados na Assembleia da República.
“O que valoriza as cidades e as torna competitivas é o que as diferencia”, defendeu António Costa, que lembrou que Lisboa, “a par da sua gastronomia, das suas colinas e dos seus bairros, do seu estuário do Tejo e da sua luminosidade, tem ainda para oferecer essa experiência única que é o Fado”. “O que Lisboa tem de eterna é também o que a faz moderna”, sintetizou o edil lisboeta, que se mostrou convicto de que a candidatura pode ganhar um carácter nacional mais do que local, por o Fado exprimir muito do “sentir português”.